Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Cinnamodendron dinisii (Canellaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Gonzaga e Lirio, 2018), com ocorrência nos estados: MINAS GERAIS, municípios Barroso (Assis 601), Lagoa Dourada (Sobral 1561), Ritápolis (Sobral 13412), Santa Rita do Ibitipoca (Schwacke 12372), Santana de Garambéu (Paula-Souza 4479); PARANÁ, municípios Antonina (Hatschbach 30273), Balsa Nova (Hatschbach 18096), Campo Grande do Sul (Hatschbach 14606), Carambeí (Engels 1613), Cerro Azul (Hatschbach 32621), Clevelândia (Hatschbach 30794), Colombo (Rotta 78), Coronel Domingos Soares (Motta 4098), Curitiba (Dombrowski 383), Guarapuava (Hatschbach 7338), Guaratuba (Engels 1522), Inácio Martins (Hatschbach 30293), Irati (Prado s.n.), Jaguariaiva (Hatschbach 44369), Mandirituba (Dunaiski Jr. 140), Manoel Ribas (Hatschbach 32838), Ortigueira (Francisco s.n.), Palmas (Hatschbach 30750), Piraí do Sul (Tsuji 2128), Piraquara (Hatschbach 35536), Pitanga (Bianek 323), Ponta Grossa (Dusén 10306), Quatro Barras (Kummrow 1574), Quitandinha (Hatschbach 9355), São João do Triunfo (Solon s.n.), São José dos Pinhais (Silva 3775), São Mateus do Sul (Wasum 3923), Tamandaré (Dusén 10330), Turvo (Caxambu 2857); RIO DE JANEIRO, municípios Paraty (Martinelli 13472), Rio de Janeiro (Silva s.n.); RIO GRANDE DO SUL, municípios Áurea (Butzke 11543), Bom Jesus (Wasum 2342), Erechim (Butzke 11521), Getúlio Vargas (Scariot s.n.), Vacaria (Rambo 51554); SANTA CATARINA, municípios Abelardo Luz (Smith 12847), Água Doce (Smith 13594), Anita Garibaldi (Verdi 1369), Bela Vista do Toldo (Verdi 5440), Benedito Novo (Caetano s.n.), Caçador (Reitz 11714), Campo Belo do Sul (Bosio 124), Campos Novos (Reitz 16166), Canoinhas (Reitz 13595), Capão Alto (Verdi 545), Curitibanos (Smith 8295), Guaramirim (Uller 280), Ibiam (Dreveck 205), Itaiópolis (Verdi 50), Lages (Rambo 49651), Lebon Régis (Reitz 11934), Mafra (Godoy 53), Ponte Alta (Landrum 2694), Rio dos Cedros (Verdi 5846), Vargem Bonita (Liebsch 1322), Videira (Bresolin 1250); SÃO PAULO, municípios Apiaí (Torezan 609), Biritiba-Mirim (Custodio Filho 1710), Iguape (Anunciação 82), Iporanga (Barreto 1912), Itanhaém (Farah 2309), Praia Grande (Monteiro 189), Salesópolis (Kuhlmann 3089), São Miguel Arcanjo (Moraes 422), São Paulo (Hoehne s.n.), Sete Barras (Galetti 527).
Árvore aromática de até 20 m, endêmica do Brasil (Gonzaga e Lirio, 2018). Conhecida popularmente como paratudo ou pimenteira, a espécie foi coletada em Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual associadas a Mata Atlântica em diversos estados das regiões Sudeste e Sul do Brasil. Foi registrado continuamente desde o Rio de Janeiro, passando por Minas Gerais e a partir daí, de forma contínua até o norte do estado do Rio Grande do Sul. Apresenta ampla distribuição em diversas fitofisionomias florestais, EOO=308679 km², grande densidade de coletas, presença em diversas Unidades de Conservação de diferentes níveis de proteção e esferas administrativas, além de ser considerada uma árvore frequente. Possui potencial valor econômico e uso medicinal, por seus compostos e extratos de ampla aplicabilidade na indústria de cosméticos e medicamentos, ainda sem informações sobre exploração irracional de estoques naturais. Considerando-se o exposto, sua amplitude geográfica e ecológica, além da elevada representatividade em herbários e presença em áreas protegidas, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC) no momento, demandando ações de pesquisa (tendências populacionais) e conservação a fim de se evitar sua inclusão em categorias de ameaça no futuro.
Descrita em: Pl. Nov. Mineir. 1: 5, tab. 1. 1898. Popularmente conhecida como pau-para-tudo (SC), pimenteira (PR, SC, SP), paratudo (sudeste), pau-amargo (Gonzaga e Lirio, 2018).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | mature individuals | past,present,future | national | very high |
A expansão urbana é um dos usos do solo responsável pela conversão e redução das florestas, especialmente da Floresta Ombrófila Densa, em Santa Catarina (Vibrans et al., 2013a). A expansão longitudinal urbana também é uma atividade responsável por alterar o uso do solo na região metropolitana de Curitiba, a qual incluí vários outros municípios (Pilotto, 2010). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | mature individuals | past,present,future | regional | high |
A agricultura, pecuária e silvicultura são os principais usos do solo responsáveis pela conversão e alteração das florestas em Santa Catarina (Sevegnani et al., 2012, 2009, Vibrans et al., 2013b, 2013a, 2012, 2011). Dentre os fatores de perturbação constatados no entorno dos remanescentes de Floresta Estacional Decidual a agricultura esteve presente em 66%, a pecuária em 47% e as plantações florestais (Pinus e Eucalyptus) em 32% dos remanescentes, sendo que o pastejo pelo gado foi constatado no interior de 36% dos remanescentes amostrados (Vibrans et al., 2012). Na Floresta Ombrófila Mista a pecuária foi constatada no entorno de 60% dos remanescentes amostrados, as plantações florestais (Pinus e Eucalyptus) em 47,5% e a agricultura em 35%, sendo que o pastejo foi registrado no interior de 65% dos remanescentes amostrados (Vibrans et al., 2013b). Na Floresta Ombrófila Densa o gado esteve presente em 16,8% dos remanescentes amostrados e as plantações florestais (Pinus e Eucalyptus) foram constatadas no entorno de 50% dos remanescentes (Vibrans et al., 2013a). Situação semelhante é constatada na Floresta Ombrófila Mista no estado do Paraná, cujas ameaças são a extração seletiva de madeira, agricultura, pecuária e plantações florestais com espécies exóticas (Castella e Britez, 2004, Eisfeld et al., 2015). A microrregião de Registro registra 63% da produção de banana estadual, e outros 9% da produção estadual estão na região vizinha, a Baixada Santista (Moraes, 2007). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | mature individuals | past,present,future | regional | high |
A exploração seletiva histórica ou atual de madeireira têm sido constatada nos remanescentes florestais de Santa Catarina (Sevegnani et al., 2012, 2009, Vibrans et al., 2013b, 2013a, 2012a, 2011). Outro fator de degradação que merece destaque é a pratica de bosqueamento ou roçada do sub-bosque, realizada pelos proprietários para facilitar o acesso do gado no interior da floresta, porém subtraindo os indivíduos jovens (Sevegnani et al., 2012, 2009, Vibrans et al., 2013b, 2013a, 2012a, 2011). A roçada do sub-bosque é uma atividade comum na Floresta Ombrófila Mista, principal região de ocorrência da espécie (Sevegnani et al., 2012, Vibrans et al., 2013b, 2011). Cabe ainda ressaltar que muitos proprietários tem o hábito de roçar ou eliminar de suas propriedades os indivíduos de espécies consideradas ameaçadas de extinção ou que possam apresentar algum impedimento para a liberação de seus pedidos de supressão vegetal junto aos órgão competentes (Gasper et al., 2011). A cobertura das Florestas estacional Decidual, Ombrófilas Densa e Mista em Santa Catarina foram estimadas em 16,1%, 40,5% e 24,4%, respectivamente (Vibrans et al., 2013c, 2012b). Situação semelhante é constatada na Floresta Ombrófila Mista no estado do Paraná, cujas ameaças são a extração seletiva de madeira, agricultura, pecuária e plantações florestais com espécies exóticas (Castella e Britez, 2004, Eisfeld et al., 2015). Dados publicados recentemente (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossitemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento áreas florestais e sua qualidade estão em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2016). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 7.2 Dams & water management/use | locality,mature individuals | past,present,future | regional | high |
Os empreendimentos hidroenergéticos, incluindo os aproveitamentos, pequenas centrais e usinas hidroenergéticas, têm causado a perda de habitat devido a supressão total da vegetação para a implantação do lago de barramento. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul destacam-se os inúmeros empreendimentos hidroenergéticos implantados ao longo dos rios Pelotas e Uruguai ou seus afluentes (Engera, 2013; Prochnow, 2005, RTK Engenharia, 2016). Nos últimos anos, a implantação de parques eólicos vêm crescendo na região Sul (Marcio Verdi, com. pess.) embora seja considerada uma atividade de menor impacto (Barcella e Brambilla, 2012), em alguns casos provoca a supressão total da vegetação local. Na região serrana, mais precisamente no Planalto Sul Catarinense, práticas como a retirada da Floresta Ombrófila Mista para a introdução de espécies exóticas, principalmente o Pinus sp, bem como a queima do campo nativo como prática tradicional de manejo para a pecuária extensiva, estão em franco crescimento (Baretta et al., 2005). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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2 Species stresses | 8.1 Invasive non-native/alien species/diseases | mature individuals | past,present,future | regional | high |
A introdução do monocultivo de Pinus e Eucalyptus para a produção de madeira tem contribuído para o processo de invasão dessas espécies exóticas (Falleiros et al., 2011; Tomazello-Filho et al., 2017). Outra espécie exótica invasora é Hovenia dulcis (Lazzarin et al., 2015; Vibrans et al., 2012). No Brasil, o maior número de registros para Hovenia dulcis está na Região Sul (Buttenbender e Almerão, 2018). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie foi coletada no Parque Nacional Guaricana (Silva, 3775). |
Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie foi coletada no Jardim Botânico Municipal de Curitiba (Lohmann, 727), Parque Municipal da Barreirinha (Dziewa, 100), Parque Municipal das Araucárias (Cordeiro, 21), Parque Natural Municipal Longines Malinowski (Tomazin, s.n.), Área de Proteção Ambiental de Cairuçú (Martinelli, 13472), Área de Proteção Ambiental de Grumari (Silva, s.n), Parque Estadual Carlos Botelho (Moraes, 425), Parque do Estado de São Paulo (Hoehne, s.n.), Estação Biológica de Boracéia (Kuhlmann, 3089), Parque Estadual da Serra do Mar (Farah, 2309) e Estação Ecológica Juréia-Itatins (Anunciação, 82). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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3. Medicine - human and veterinary | natural | stalk |
É usada na medicina popular (Lorenzi, 2009; Reitz, 1988; Schwacke, 1898; Torres et al., 2010). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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16. Other | natural | stalk |
A madeira é empregada para caixotaria, confecção de brinquedos e para lenha e carvão (Lorenzi, 2009). | ||
Referências:
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